domingo, 13 de outubro de 2013

Primeiras Impressões e Observações Sobre a Vida na Cidade de Sheffield

Depois de 3 semanas por aqui vou tentar fazer uma listinha com coisas, meio que aleatórias, sobre a cidade e a minha vida aqui.



Moradia (Broad Lane Court)

  • Aquela velha história das torneiras é a mais pura verdade. Na pia do meu quarto tem duas torneiras, uma com água quente pelando e outro com água gelada, quase anestésica. Na pia do banheiro também é assim, só na da cozinha que a torneira é única e você pode dosar a temperatura da água com as torneiras. Não sei de quem foi essa brilhante ideia, mas merece um cocão.
  • A gente bebe água da torneira. Todo mundo bebe água da torneira.
  • Não tem nenhuma janela que realmente abra. Elas tem uma entrada de ar, tipo uma gradezinha, que você pode fechar. Geralmente elas abrem aquela parte de cima. No banheiro não tem janela, só uns exaustores, mas até que não é tão ruim quanto imaginei que seria.
  • Falando em banheiro, o chuveiro demora a esquentar. Me lembrei do Rio. Aqui tem que abrir tudo e ficar esperando até ela ficar pelando, ai depois você ajusta. Mas é bom, bastante água, tipo ducha.
  • Aqui eles são muito preocupados com incêndio, tem várias placas no flat falando o que fazer em caso de incêndio, etc. Teve treinamento de incêndio surpresa (num segunda 7h30). Antes de a gente vir pra cá tivemos que assistir um vídeo e fazer um questionário online sobre incêndio. O alarme toca toda segunda pra testar se ele está funcionando. Todas as portas são "fire doors", elas fecham sozinhas e são bem largas e grossas.
  • As tomadas tem interruptores, acho que é geral, não só na nossa casa. Você pode ligar ou desligar elas. É bom porque eu deixo os carregadores plugados com elas desligadas. É ruim porque de vez em quando você põe seu misto na sanduicheira e esquece de ligar a tomada. hahaha
Universidade
  • O pessoal da universidade é sempre muito prestativo e amigável com a gente.
  • É muito estranho essa de não ter campus, a gente tem que ficar procurando na internet onde são os prédios. Mas a gente mora num lugar muito bem localizado, dá pra chegar em todos os lugares em até 15 minutos.
  • Tudo você tem que pagar né. Até pra jogar no time da universidade. Eu acho isso estranho porque vim de uma universidade federal, mas acredito que também seja assim nas particulares no Brasil.
  • Você tem que pagar mas tem de tudo, tudo mesmo. Tem sociedade até de Pokémon e time até de trampolim. 
  • Os prédios são um forno. Você tá lá na rua, 5ºC, e quando entra tira todas as roupas pra não derreter.
  • Acho que 80% dos estudantes da universidade são internacionais, 19% de outras cidade do UK e 1% de Sheffield. Não é assim não mas parece, conheci pouquíssimos estudantes ingleses e ninguém de Sheffield mesmo. É legal porque ai eu tive a chance de conhecer gente de tudo quanto é lugar: China, Japão, Alemanhã, Polônia, República Tcheca, Espanha, Suécia, Grécia, França, Colômbia, Índia... e por ai vai. Mas acaba que a gente não tem tanto contato com os ingleses e a cultura deles. Eu até hoje não sei o que eles comem.
  • Os professores gostam de para casa viu...
  • As salas são tipo mini auditórios e tem tipo uma mesa bem comprida pra uns 5, 6 alunos. É muito ruim porque se você senta na ponta não tem como ninguém sentar no canto, você teria que levantar pra pessoas passar. Mas elas são bem cuidadas e equipadas.
  • Grande parte do processo de registro na universidade e matrícula foi feita no papel. Eu achei muito estranho, eu escrevi as matérias que eu queria no papel e o cara foi e assinou. Depois eles colocavam no computador mas tipo, não checavam nada relacionado à vagas nas turmas ou se seus horários batiam. Eu fiquei com medo de ter olhado algum horário errado e dar problema. Mas, você tem 3 semanas pra mudar suas matérias. Pode retirar ou adicionar as que você quiser.
  • Até agora não vi nenhum lugar em condições precárias na universidade. Tudo é muito bem cuidado.
  • As aulas são sempre de 50 minutos, quando tem dois horários seguidos tem intervalo entre eles. E se o professor não falar nada na hora do intervalo os alunos falam. Menos na aula de inglês, ela dura 2h sem intervalo, mas é bem mais light né.
A cidade e a vida inglesa em geral
  • É verdade, todo mundo fala "Thank you" e "Sorry" pra tudo. Geralmente parece sincero, mas às vezes você percebe, principalmente no comércio, que eles só estão falando por hábito, eles tem que falar mesmo sem querer.
  • Você não vê tantos prédios altos, a maioria para nos 3 ou 4 andares. Se você sobe em um um pouquinho mais alto já da pra ter uma boa vista da cidade. E é realmente bom poder ver o céu no centro da cidade. Pena que ele geralmente está cinza.
  • É muito estranho essa de mão inglesa. Tenho que olhar pros dois lados mil vezes pra não acabar sendo atropelada.
  • Todos os sinais de pedestre, pelo menos os daqui do centro, tem botão pra gente apertar e ele abrir. E os botões realmente funcionam. Se tem muito tempo que o sinal está aberto para os carros e você aperta ele abre instantaneamente para você.
  • Geralmente a cidade é bem limpa, mas isso porque eles limpam. Se você sai na rua sábado ou domingo de manhã está cheia de lixo da noite passada. 
  • Muitos jovens fumam por aqui, acredito que bem mais do que no Brasil. A gente achou estranho quando eu cara veio apagar o cigarro dele no cinzeiro da nossa mesa e perguntou se alguém queria ficar com ele, mas depois eu vi um cara fumando na porta do banco mas como ele não podia entrar com o cigarro ele ofereceu pra um outro cara aleatório que passava na rua e o cara aceitou.
  • Os prédios parecem bem iguais, é fácil você se perder.
  • Os ônibus tem dois andares, BH podia adotar isso.
  • O Tram, que é tipo um metrô, passa na mesma rua em que os carros passam. Peguei ele uma vez. Você entra ai procura o cara que vende bilhete e pede o seu. Se você só sentar ele não vai atrás de você, você pode ter um passe ou algo do tipo. Depois passa um cara verificando os bilhetes, mas ele não verifica mesmo não, você só mostra que tem um papel e ele acredita em você. Não fica olhando data nem pra onde você vai. E eu achei legal que quando esse cara passou reto de um rapaz que estava sentado o rapaz chamou ele e falou que estava sem bilhete e queria comprar um.
  • Aqui eles realmente confiam em você. Tem uma coisa chamada "self check-out" nos estabelecimentos comerciais. Você mesmo passa suas compras e paga elas. É ótimo! Pena que não daria certo no Brasil.
  • Falando em coisas automatizadas e que você faz por conta própria, pode ser difícil pra você achar alguém pra te ajudar viu?! Ficamos uns bons minutos na biblioteca procurando um balcão com alguém pra gente pegar um livro, mas na verdade você mesmo que tem que pegar sua carteirinha ir na máquina e registrar que pegou o livro. Impressão também é bem lega, você carrega seu cartão na internet, instala tipo uma impressora virtual no seu computador e manda imprimir, ai depois você vai em qualquer impressora da universidade, passa sua carteirinha e aparece lá seus documentos pendentes pra imprimir e ela imprime os que você quiser. (Isso devia estar na parte da universidade)
  • Comida é muito caro, bem mais caro do que no Brasil. Não só comida, o custo de vida em geral. Por isso você não pode ficar convertendo pra ver o tanto que você está gastando. Você tem que começar a pensar em libras e isso é difícil. Estou indignada que 4 limões custam 1 pound. Vou fica um ano sem limonada. A gente está bebendo só água e leite mesmo.
  • No início eu estranhei o leite daqui, não é UHT, agora já estou até gostando, mas só tomo o semi-desnatado, o integral é muito forte.
  • Todo lugar tem carne de carneiro pra vender, ainda não tivemos coragem de comprar pra ver como é.
  • As meninas daqui pões as piriguetes no chinelo. De noite tá quase o 0ºC e elas estão com seus shortinhos (que são menores do que os do Brasil) e camisetas na rua. Mas dentro dos lugares é bem quente, só que elas podia por um casaquinho pra andar na rua né.

Bem, tenho certeza que tem muito mais coisa pra eu falar mas já escrevi demais! Vou contando mais aos pouquinhos.

Um comentário:

Paulinha Albernaz disse...

Olívia! Ressurgi 10000 anos depois... Voltei a usar o blog há algum tempo e vi que o seu está ativo e que você está na Inglaterra com o Gabriel e que tudo isso é lindo! Aí é um lugar apaixonante mesmo e demora até nos acostumarmos com a mão inglesa mesmo... Mas é interessante ser quase atropelada por uma Mercedes ou coisa assim! Caso ainda não tenha descoberto os ingleses comem batatas, muitas batatas!! Eu também tive mais contato com estrangeiro do que com ingleses, mas os ingleses, em geral, eram uns amores (o sotaque, então, nem se fala!), pelo menos em Bristol. Ah. Teve um dia que peguei carona com um cara desconhecido. Cheguei viva! Hahaha!
Um beijo,
Paulinha, a do CSA